10ª edição da Fenearte traz a Olinda 4 mil artesãos brasileiros e de nações como Vietnã, Palestina e Egito; público esperado é de 250 mil
DAYANNE SOUSA, da PrimaPagina
Cerca de 4 mil artesãos começam nesta sexta-feira a expor obras de todos os Estados brasileiros e de outros 26 países em Olinda, Pernambuco. Eles participam da 10ª edição da Fenearte (Feira Nacional de Negócios do Artesanato), que vai até o dia 12 de julho, é aberta ao público e deve receber cerca de 250 mil visitantes, estimam os organizadores. O governo de Penambuco promove o evento e espera que, durante os seus dez dias, a feira movimente R$ 22 milhões em negócios.
Em 2009, além de manter países que expuseram na edição passada – como Chile, Bolívia, Egito, Índia e Portugal –, a feira traz expositores da Argentina, Bangladesh, Guatemala, México, Japão, Palestina, Venezuela e Vietnã . Apesar da presença de obras internacionais, 70% do espaço da feira é reservado para trabalhos de Pernambuco, diz o coordenador geral da evento, Roberto Lessa. “Nosso Estado é especialmente rico”, afirma, “poucos se comparam a Pernambuco nessa geração espontânea de artesanato que tem aqui”.
Apesar de se destacar pela diversidade de técnicas artesanais expostas, a feira não deixa de trazer exemplares característicos de cada região de Pernambuco, segundo Lessa. Dentre as técnicas usadas pelos artistas pernambucanos, há moldagem em barro, trabalho em couro e em madeira. Uma das mais típicas – a escultura de barro de personagens folclóricos do Nordeste – foi consagrada pelo Mestre Vitalino, artesão que completaria 100 anos em 10 de julho e será homenageado no evento.
A Bodega da Caatinga, rede de cooperativas de artesãos e pequenos produtores nordestinos, é um dos expositores que leva à feira obras típicas do Nordeste. Apoiada por um projeto do PNUD, a rede reúne produção de Pernambuco, Alagoas, Bahia, Rio Grande do Norte e Ceará. A Bodega assessora os integrantes sobre formas de produzir de maneira sustentável e de agregar valor aos produtos.
O mais importante da feira é a possibilidade fazer contatos e de promover negócios, diz Maurício Aroucha, biólogo responsável por orientar os artesãos Bodega. “Se a gente fica só lá, incentivando a produção num lugar remoto no interior, quem vai lá ver?” É a segunda vez que a rede participa da Fenearte; o grupo já participou de feiras do tipo também em outros Estados. Aroucha conta que isso permite acordos que levam os trabalhos a cadeias de restaurantes, hotéis, lanchonetes e, até mesmo, a empresas internacionais de produtos naturais.
Ainda destaca que há troca de conhecimentos e contato direto dos artistas com o público, conta Lessa, o coordenador do evento. Ele diz que, em vários momentos, haverá artesãos trabalhando em meio aos passantes. Aroucha diz que a Fenearte difere de outros eventos porque a longa duração, de dez dias, faz com que aumente a presença de famílias e até de excursões escolares. Para ele, esse clima, que não é só de negócios, favorece a divulgação dos trabalhos.
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