8/3/2008 20:20:00
Vôo rápido para o mercado
Microsoft vai abrir inscrições para qualificação gratuita em 12 estados. Objetivo é formar jovens para inclusão imediata no mercado. Segmento de tecnologia tem carência de 20 mil profissionais
Leila Souza Lima
Rio - A Microsoft Brasil vai abrir no próximo dia 17 inscrições para a “segunda onda” de seu programa gratuito de qualificação — o Students to Business —, lançado em outubro passado. A idéia é oferecer capacitação a estudantes dos ensinos Médio, Técnico e Superior e encaminhar grande parte dos formados ao mercado de Tecnologia da Informação — segmento com déficit de quase 20 mil profissionais. O prazo para garantir participação vai até 4 de abril.
O programa será executado em 12 estados — Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo —, além do Distrito Federal. A meta é treinar jovens para aplicação da tecnologia Microsoft nas áreas de desenvolvimento e infra-estrutura. Ano passado, o projeto recebeu 28 mil inscrições, dos quais 10 mil estudantes foram selecionados para a 1ª etapa de treinamento, 4 mil para a 2ª e 1.200 para a 3ª. Por fim, 400 acabaram contratados nas feiras de emprego promovidas pela multinacional. Além destes, todos os 10 mil classificados na 1ª fase foram incluídos em banco de talentos aberto para a consulta de empresas parceiras da Microsoft.
Morador de São Gonçalo e aluno de Informática da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), Wellington Rodrigo de Freitas Costa, 22 anos, foi um dos jovens cadastrados: “Fiz inscrição no último dia, uma sorte. O curso foi muito importante pra mim e fiz ótimos contatos, tanto para participar de grupos de estudo quanto para conseguir trabalho”. Wellington acha que o certificado vai ajudá-lo a queimar etapas na disputa por vagas no mercado. “Sempre gostei de informática, mas só ganhei meu primeiro computador aos 17 anos. Antes, era um curioso. Aposto muito nessa área”, diz.
Segundo Richard Vasconcelos, diretor do Núcleo de Tecnologia da Universidade Estácio de Sá — instituição de ensino executora do programa em 11 municípios do Rio e também em Recife —, 40% dos interessados no curso ano passado eram de Ensino Médio e o restante, de Nível Superior. “A maior parte deles é de jovens de baixa renda que não trabalham”, destaca o professor.
Richard explica que o perfil é intencional, uma forma de incentivar jovens iniciantes a conseguir emprego para que, futuramente, possam se manter na faculdade. “Em 2010, a estimativa é de defasagem em torno de 100 mil profissionais no País. Na prática, isso significa que o Brasil perderia oportunidades para países que oferecem mão-de-obra treinada. Nesse caso, a empresa que quiser desenvolver um projeto vai procurar mercados como Índia e China”, diz.
Formação importante em qualquer segmento
A falta de conhecimentos sobre informática é um dos fatores que dificultam a inclusão de jovens no mercado de trabalho formal, mesmo dos que não desejam atuar na área de Tecnologia da Informação (TI). A Fundação Mudes calcula que, das cerca de 500 vagas de estágio oferecidas mensalmente em seu balcão, 80 deixam de ser preenchidas em virtude dessa deficiência. Segundo o CIEE Rio, da média de 1.500 vagas de estágio abertas por mês, 94% pedem a qualificação. A central reprova 11% dos candidatos na entrevista por não atenderem ao perfil.
TERCEIRO SETOR
Projetos sociais vêm ajudando muitos a mudar esse quadro. Parceria entre o Comitê para Democratização da Informática (www.cdi.org.br) e instituições comunitárias, as Escolas de Informática e Cidadania (EICs) permitem o acesso da população de baixa renda ao universo da Tecnologia da Informação. Atualmente, são 840 EICs distribuídas por 19 estados brasileiros e oito países. No Brasil, ficam principalmente em comunidades pobres ou em áreas próximas.
As unidades seguem o conceito de “escola não-formal”, com estrutura composta por coordenador, educadores e educandos. Os cursos, aliás, são gratuitos.
PARTICIPE DO PROGRAMA
O programa de treinamento é dividido em três etapas. Os inscritos responderão a um questionário, que selecionará os classificados para a primeira fase.
As aulas acontecem nos 20 Centros de Inovação mantidos pela Microsoft em várias cidades do País, pela manhã, à tarde e à noite, de acordo com o interesse dos estudantes e com a disponibilidade de recursos de cada localidade.
O programa estreita o contato entre alunos e empresas que trabalham com tecnologia Microsoft por meio da feira de empregos realizada no fim do treinamento.
Os participantes também podem divulgar seus currículos em um portal de talentos exclusivo da empresa.
Os interessados no Students to Business devem se inscrever em www.centrodeinovacao.org.br.
O Dia
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